Fabricando times de vidrilhas

Quando a AUFM iniciou suas atividades, jogávamos com pastilhas e vidrilhas da Brianezzi e similares, lá na segunda metade dos anos 90.

Depois, em 2001, adotamos a bolinha de feltro e os botões argola e tampas da Edu Botões, Pexe, Lourival, etc.

Em 2011, voltamos a realizar torneios temáticos, e as vidrilhas voltaram. Como precisávamos de mais times do que tínhamos antes, compramos diversos da BFA, mas chegou um determinado momento em que resolvemos fazer nossos times, seja para agilizar, seja para diminuir custos, seja para podermos personalizar ainda mais (e criar nossos times ubatubenses, etc.)…

Assim, depois de ver um tutorial do Zamorim, fizemos dois testes e o resultado positivo nos estimulou a não mais parar. Desde então nosso acervo só cresce!

A fabricação de vidrilhas possui basicamente 4 fases:

1) Criação e impressão da arte;

2) Preparação da arte para aplicação;

3) Aplicação da arte;

4) Pintura e acabamento.

Dessas, a primeira pode ser feita pelo fabricante ou pode ser obtida na Internet (comprada ou baixada nas dezenas de blogs e sites que ofertam artes lindas e prontas de quase todos os times do planeta).

A camisa escolhida para emular no time cuja fabricação registramos aqui foi a mítica camisa do PSV que Romário usou em sua brilhante passagem pelo segundo maior clube da Holanda:

1) Criação e impressão da arte

Como temos associados familiarizados com Corel Draw e Photoshop, quase sempre criamos nossas próprias artes (imagem), mas também já fizemos times com artes baixadas na Internet (nesses casos, atente para a qualidade/definição da imagem, pois muitas vezes a imagem obtida não é de alta qualidade por conta dos filtros de upload dos blogs, e na hora da impressão nota-se que falta nitidez).

Recomendamos artes com 38mm de diâmetro para vidrilhas de 45mm e artes com 48mm de diâmetro para vidrilhas de 55mm, sendo esses dois tamanhos os mais comuns… e recomendamos também que o anel exterior seja de 2mm e da cor da borda a ser pintada, para ocultar imperfeições no recorte com a tesoura.

Uma vez pronta (ou baixada a arte), a impressão de melhor qualidade é a laser em papel fotográfico, mas laser em papel comum também fica ótimo. Jato de tinta em papel comum (a “pior” configuração aqui) ainda fica bastante bom.

2) Preparação da arte para aplicação

Depois de impressa, a arte precisa ser tratada para só depois ser aplicada na vidrilha (veja as fotos abaixo).

O primeiro procedimento é o de aplicar a fita dupla face para posterior colagem na lente. Recomendamos as da Embras, pela alta qualidade que permite muitos e muitos anos de qualidade mantida, sem que a cola “mele” nem amarele.

Depois da dupla face, é a hora do fundo, na qual aplicamos um “durex” transparente (pode ser contact também), para que depois, na pintura, o papel não fique úmido e acabe manchando a arte…

Por fim, é hora de recortar as artes da folha de impressão, usando aquela borda marota de 2mm que a gente deixou na arte (caso a borda seja colorida), para que as imperfeições não apareçam depois da pintura.

3) Aplicação da arte

Chegou a hora de colarmos as artes nas lentes, e esse é o momento mais “difícil” de todo o procedimento, pois vários problemas podem ocorrer e danificar seu trabalho.

Cada um tem uma técnica diferente para fazer isso, e tem gente que inventou até um aplicador de artes, mas o mais normal é tentar no olho mesmo achar o centro da lente e colocar a arte lá, de modo que apenas suas bordas toquem o acrílico, e depois, caso necessário, ajustar a posição com uma espátula ou algo parecido.

Uma vez que a arte esteja na posição correta, deve-se apertar seu centro com o dedo, e depois dali para as extremidades, de modo que não fiquem bolhas entre a arte e a lente. Após a colagem, ainda é necessário (com o dedo, tampinha de Bic Cristal ou espátula, como nosso caso), esfregar a arte em toda sua extensão e principalmente nas bordas (para evitar vazamento de tinta depois), de modo a tirar o “esbranquiçado” que costuma ficar após a colagem.

4) Pintura e acabamento

Depois da aplicação das artes, é hora de pintar as bordas. Apesar de ser uma fase pouco apreciada por quem não tem intimidade com pincel e tinta, a verdade é que é a etapa mais tranquila de todas, pois basta pincelar as bordas em duas demãos de tinta e pronto.

Tem gente que, para evitar a pintura, cria uma arte enorme, que abrange até as bordas, mas obviamente a curvatura das lentes prejudica a aplicação e além disso a borda pintada é uma característica “raiz” do futebol de botão.

Após a primeira demão, é necessário observar o botão na contraluz para detectar as falhas e tampá-las, ou então, aplicar uma segunda demão completa (o mais indicado). Recomenda-se tinta Acrilex fosca para tecidos.

Após cada demão, recomenda-se esfregar os botões em uma folha de papel para tirar o excesso de tinta que por ventura tenha se acumulado na base.

Após a pintura, é hora do acabamento final, a colagem do fundo de papel, que encobre as imperfeições da pintura na parte interna e ainda evita o contato das lentes com as partes pintadas quando o time é armazenado na vertical, com um botão sobre o outro. A aplicação dos fundos pode ser feita com cola bastão comum.

Prontinho! Seu time vidrilha está pronto para ir pra mesa brilhar nos seus torneios.