O “Super Paulo” de Ralph Solera

Dentre os grandes e vencedores times que a AUFM teve, o mais emblemático – por enquanto – foi o São Paulo, que em três ocasiões formou esquadrões imortalizados na História da associação. O primeiro foi a “Máquina Tricolor” que venceu os três primeiros Campeonatos Brasileiros da AUFM. O segundo foi o “Sampa Show” que saiu da 3ª Divisão para faturar dois Brasileiros e outros cinco títulos, em dez torneios jogados, onde alcançou dez finais seguidas, sendo seis do Campeonato Brasileiro (quatro na 1ª Divisão). O terceiro, vamos conhecer agora.

O “Super Paulo” de Ralph Solera: campeão de tudo

Quando a AUFM resgatou a pastilha e as vidrilhas, em 2011, para retomar seu calendário temático depois de 10 anos de exclusividade da bolinha e da regra 12 Toques, o torneio escolhido para a reinauguração dos eventos temáticos foi o Campeonato Brasileiro AUFM.

Para aquela 19ª edição, no ano de 2011, oito botonistas “das antigas” foram convidados. Times foram sorteados e, alguns, “escolhidos”. A tabela foi cuidadosamente elaborada, as súmulas foram impressas e tudo estava pronto para a abertura do certame…

Eis que, no grande dia, um dos botonistas convidados furou. Ele simplesmente não apareceu e, em anos pré-Whatsapp, não informou os colegas a respeito. Com tudo preparado, os participantes pediram que Ralph Solera, que até então ficaria apenas na organização do evento, assumisse o… São Paulo, já que Edu não havia comparecido.

Após ter a sugestão de refazer a tabela com um a menos negada pelos demais, Solera acabou assumindo [mais uma vez] o São Paulo e, assim como havia ocorrido com o “Sampa Show”, acabaria por fazer História mais uma vez.

Naquele Brasileirão de 2011 o São Paulo era azarão. Classificou-se no sufoco para as Semi-Finais, e depois ralou muito para chegar na final contra o favorito-mor do torneio, o Fluminense de Bittencourt Jr, que havia goleado o time de Solera na 1ª Fase. Nas finais, no entanto, o favoritismo carioca ruiu diante de uma estratégia inusitada do São Paulo, que passou a adiantar o goleiro, tirando a zona de conforto de Bittencourt (e sua confiança). No fim, 1×1 e 2×0 para o São Paulo, que voltava a ser campeão brasileiro diante de olhares incrédulos dos demais participantes.

Veio 2012 e com ele a “Fase 2” dos torneios temáticos da AUFM, com calendário internacional pela primeira vez na associação.

Como campeão do Brasil no ano anterior, o São Paulo garantiu uma vaga no Supermundial de Clubes que a AUFM havia preparado como grande novidade da temporada, onde se disputava de modo simultâneo os torneios continentais.

Também naquele ano estreava a regra dos “Goleiros Diferenciados”, com três tamanhos extras de guarda-redes. Os times dos torneios temáticos eram categorizados em uma escala de ‘A’ a ‘E’ e essa escala definia os goleiros a serem usados nos confrontos. Assim, um time ‘C’ que enfrentasse um ‘B’, por exemplo, jogava com um goleiro menor, transformando o favoritismo do adversário em algo mais “real” na mesa. Em jogos de ida-e-volta, a diferença era atenuada no jogo em casa, e acentuada no jogo fora, do ponto de vista do inferior.

O São Paulo não estava entre os favoritos, nem na Libertadores, nem no Mundial, pois era um time ‘D’, mas mesmo assim foi vencendo os adversários de forma surpreendentemente segura, superando o Boca Juniors de Daniel Gusmão (‘B’) na luta pelo título da Libertadores, e conquistando depois o Mundial ao vencer o Ajax de Daniel Valle (‘B’) na final por 2×1 e 3×0.

O grande feito daquele São Paulo, no entanto, foi eliminar nas Quartas do Mundial ninguém mais, ninguém menos, que o Manchester United de André Rafael (‘A’) por 3×2 e 1×0. O United era “favoritaço” ao título, por ser um time ‘A’ e por ter André na palheta, mas o Tricolor conseguiu a proeza de passar, na única vez na AUFM em que um time ‘D’ passou por um ‘A’ comandado por um botonista de primeira categoria. Nas Oitavas o São Paulo ainda eliminou o Bayern de Munique (‘B’) de Gabriel Ballio, também, no sufoco.

Lembrando que André havia, com o Coritiba, eliminado aquele São Paulo da Copa do Brasil, semanas antes do confronto pelo Mundial, em condições de igualdade de goleiros.

Naquele mesmo ano de 2012 o São Paulo ainda venceu o Campeonato Brasileiro, conquistando o bicampeonato (e sétimo no total), na primeira edição de pontos corridos e 16 clubes da competição, empatando em pontos com o Vasco de Gabriel Ballio, mas superando os cariocas no saldo de gols; e venceu ainda o Paulistão AUFM.

Veio 2013 e logo na abertura da temporada, mais um título internacional, o da ReCopa Sul-Americana, batendo o Estudiantes de Augusto Ballio (‘B’) na final. Agora o São Paulo havia sido promovido e passou a ser um time ‘C’, mas ainda assim jogava com goleiros menores diante dos principais rivais.

Antes de se aventurar novamente pela América e o mundo, o São Paulo conquistou o título que lhe rendeu a alcunha de “Super Paulo”, a Copa do Brasil 2013, batendo o Vitória “Esquadrão do Barradão” de Fabinho Mendes na final por 3×1 e 3×2. Esse mesmo Vitória seria campeão brasileiro meses depois, impedindo o tricampeonato são-paulino.

Aquele título deixou o São Paulo em uma condição histórica e inédita, a de campeão vigente de todos os torneios que ele disputava na AUFM: Copa do Brasil, Brasileiro, Libertadores, ReCopa e Mundial. E ainda tinha o Paulista de lambuja.

Naqueles dois anos, o São Paulo não disputou a Copa União, por isso a frase “campeão de tudo” foi dada ao time pelo Infortrex da época, que estampou “Soberano” em sua capa após o título da Copa do Brasil. Na reportagem completa, elencou que o time havia feito 51 jogos no período, vencido 46 e empatado 1, marcando 145 gols e sofrendo apenas 50 e perdendo apenas um título, o da Copa do Brasil de 2012, sendo eliminado no gol qualificado pelo Coritiba de André Rafael. Por todos os feitos, a alcunha de “Super Paulo” foi criada.

Mas 2013 ainda reservava mais para o Tricolor, que conseguiu o bicampeonato Paulista, da Libertadores e do Mundial, novamente batendo times de escala superior, sendo que no Mundial, inclusive, virou o confronto com o Chelsea de Gabriel Ballio (‘A’) que havia eliminado o Borussia Dortmund de Fabinho Mendes (‘A’) na “final antecipada” das Quartas. Na Semi contra o Chelsea, os ingleses venceram a ida por 2×1, mas o Super Paulo se classificou na volta vencendo por 3×1. Na final, bateu novamente o Ajax (‘B’).

Em todas essas conquistas, o meia Kaí foi o destaque. O botão nº 10 daquele São Paulo foi artilheiro de dois Brasileiros, dois Mundiais e de uma Copa do Brasil e se tornou o botão que mais gols marcou na História da AUFM. Por tudo isso, foi eleito duas vezes o melhor do mundo.

O Brasileirão de 2013 marcou a queda do Super Paulo. O Vitória de Fabinho Mendes vingou-se da derrota na Copa do Brasil e faturou a Série A daquele ano, com o Paysandu também de Fabinho ficando em segundo e o São Paulo acabando em terceiro. A partida entre os dois times, na penúltima rodada e vencida por 4×2 pelos baianos praticamente decretou o título do Vitória. De consolo, Kaí terminou como artilheiro da competição.

Nem o bicampeonato da ReCopa Sul-Americana no início de 2014, com o Tricolor já sob a batuta de Gabriel Ballio, impediu o declínio daquele esquadrão mítico.

Mas a História registrou que durante alguns meses de 2013, um certo time tricolor paulista foi o então atual campeão de seis torneios (sendo cinco deles de grande importância), os últimos seis que ele havia disputado no exato período de um ano a partir daquela data, em um feito inédito e difícil de ser repetido.

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