Entrevista com André Rafael

André Rafael, chamado de “Schumacher das Mesas” por ter dominado amplamente o futmesa ubatubense nos anos de 2003, 2004 e 2005, passou a dividir as conquistas locais com Edson Sírio e a “molecada” que subiu da Escolinha (Paulinho Garcia, Pedro Nícolas, Éric Mourão, Dedê Sírio e Dan Garcia) nos últimos anos.

Mesmo assim, seguiu estabelecendo récordes e quebrando escritas nas mesas caiçaras. É o maior vencedor dos Grand Slams (principais torneios de Ubatuba) e o botonista que mais vezes terminou o ano na liderança do ranking local, o que lhe rendeu 6 Palhetas de Ouro (o prêmio máximo do futmesa da AUFM).

E tudo isso não mudou André, ao contrário de muitos botonistas que, com muito menos conquistas, passam a “se achar” os maiorais. Nosso Palheta de Ouro continua humilde como no início e, ganhando ou perdendo (ganhando muito mais que perdendo), respeita seus adversários de forma exemplar, antes, durante e depois das partidas e dos torneios.

Tantas glórias com as palhetas lhe fizeram ser reconhecido como o maior botonista dos 15 primeiros anos da AUFM (André, inclusive, rejeita o “rótulo” de ser o melhor da associação). Diante do recente reconhecimento, André concedeu uma entrevista ao nosso site, que você pode ler na íntegra, abaixo:

 

> Como foi seu início na AUFM
AR: Meu inicio foi muito legal. Naquela época eram outras regras, tinham muitas pessoas que jogavam. Pessoas que iam com o prazer de jogar. Tinha quase sempre 2 divisões. Era a época do impedimento, das expulsões, dos juízes, realmente era tempo de muitas coisas que deixavam os jogos bem divertidos.

> Como vê a AUFM hoje em dia? Acha que melhorou?
AR: A AUFM nos dias de hoje melhorou muito em alguns aspectos. Conseguimos algumas conquistas, tais como alguns equipamentos, inclusão de regras atuais e oficiais, podemos sair, expandir por outras cidades. Hoje somos conhecidos em muitos lugares por nossas conquistas em equipe e torneios individuais. A AUFM conseguiu criar a sua Escolinha, com isso pode agora desfrutar de algumas conquistas. Conquistaram um título Paulista sub-20, Abertos da Federação, além de várias boas posições em torneios inter-municipais. Mas o mais importante é ver que isso deu certo, ver que foi feito o melhor e que acabou dando certo. Podemos realizar alguns torneios com participantes de outras cidades, colocar a esportividade e a amizade em primeiro lugar.

> O que acha das recentes administrações recentes de presidentes da AUFM?
AR: Foram as melhores possíveis. Como disse a pouco, sem eles nada do que conquistamos, tinha sido realizado. Sem o compromisso e esforço de Ralph Solera e a experiência e conhecimento de Edson Sírio, não tínhamos conquistados nada. Sem eles, a AUFM tinha fechado as portas. Eles deram o sangue por essa associação. Estão de parabéns.

> Se você fosse o presidente, que mudanças faria na AUFM?
AR: Acho que nada. Tudo que poderia ser feito, foi feito. Nada poderia e nem pode se melhor.

> Que sites de futmesa você acessa? De qual gosta mais? Porque?
AR: Bom, costumo apenas acessar o site da AUFM. Gosto muito, acho que é muito bem montado. Tem muitas coisas interessantes lá.

> O que acha da Liga LitoVale e da participação da AUFM na mesma?
AR: A Liga foi uma conquista para nós e para as cidades que participam. Foi algo que uniu o futmesa na região, criou-se e fortaleceu amizades. É sempre uma grande diversão e prazer estar ao lado de outras pessoas em torneios pelo Vale. Sobre a nossa participação, sempre achei que poderíamos ter sido um pouco mais felizes em nossas participações, em se tratando de conquistas. Sem desmerecer outras cidades, tais como Jacareí, que sempre vem mostrando a sua superioridade em equipe e São Sebastião, com a sua equipe todos os anos crescendo cada vez mais, teríamos que ter dado um pouco mais de nós mesmos. Temos, na minha opinião, o melhor jogador do Vale, que é o Edson Sírio. Temos também outros bons jogadores, tanto é que na maioria dos torneios individuais, levamos vantagem. Pra mim, precisamos impor um pouco mais de espírito de equipe. Mesmo assim, acho que fomos bem em nossas participações nos torneios. Fica aqui um apelo a nossa equipe, precisamos vencer nesse ano hein galera.

> Quais as conquistas que você mais valoriza no futmesa? Qual seu título mais importante e qual o mais significativo?
AR: Alguns dos que eu mais valorizo e tem grande valor significativo são os 2 títulos da Taça Litoral Norte, por ser um torneio externo e ser alguns dos poucos títulos externos que consegui. Porém, nenhum é mais importante que outro. Todos tem o mesmo peso de importância.

> Que título você sonha em ganhar algum dia? Aliás, existe essa coisa de ter algo que queria conquistar nas mesas, ou o que vale é o prazer de participar dos eventos?
AR: Eu sempre entrei em jogo com a intenção de vencer, mas nunca deixando de colocar em primeiro lugar o prazer e a satisfação pelo esporte. Um título que eu gostaria de vencer um dia, é algum torneio dos Jogos Regionais. Por 3 vezes, cheguei perto, talvez isso tenha feito eu ter essa vontade. Mas sou extremamente satisfeito com esses “quases”. (Nota do Editor: André conquistaria a tão sonhada medalha de Ouro em 2018 e 2019)

> Tem alguma partida, com você fazendo parte dela ou não, que lhe é “inesquecível”?
AR: Tive muitas partidas legais. Algumas perdi, algumas venci. Muitas partidas com Dr. Adauto Júlio, que era uma ótima pessoa acima de tudo, além de ser um ótimo jogador. Ralph Solera também, tivemos ótimos jogos. Mas com Edson Sírio, fizemos muitos jogos, repletos de gols, Daqueles jogos que foram decididos em detalhes. Um deles foi em uma final, onde consegui vencer Edson Sírio por 8×7, essa partida marcou a primeira perda de um título de Edson nas mesas ubatubenses. Mas o que eu sempre me lembro é de um jogo que foi contra Ednelson Prado, em uma final, onde venci por 9×1, isso em uma final!

> Qual foi o seu maior adversário nas mesas locais? E nas mesas “serra acima”, na LitoVale e no resto do Estado?
AR: Aqui em Ubatuba, tive ótimos adversários. Sempre lembrando de Dr. Adauto Júlio, onde tínhamos tantos jogos legais. Ralph Solera também foi um grande adversário a ser batido, mas na maioria das vezes, não conseguia batê-lo. Mas uma pessoa que sempre tentei aprender, foi com Edson Sírio. Na maioria dos jogos perdi, mas nas vezes que consegui vencê-lo, foi uma pessoa que mostrou saber perder, pena que quase sempre me vence. Mesmo perdendo para ele muitas vezes, sempre tento aprender com as derrotas. Já nas mesas longe de Ubatuba, sou coadjuvante. Não tenho um maior adversário, considero todos como grandes adversários a ser batidos.

> Qual o melhor botonista que você já viu jogar nas mesas da AUFM desde que participa dos eventos caiçaras?
AR: Apesar de ver jogar Ralph Solera, Daniel Gusmão, Dr. Adauto Júlio, Silvio Fonseca, Ednelson Prado, os irmãos Edu e Fernando Macedo, além de muitos outros bons jogadores, pra mim o melhor foi Edson Sírio. Sempre mostrou muita esportividade, muita vontade e determinação, mesmo em partidas amistosas.

> Atualmente, o nível técnico da AUFM subiu bastante e, em grande parte, graças a você e ao Sírio. Como vê esse crescimento? Acha que pode subir ainda mais?
AR: Foi um grande crescimento. Foi graças a Edson Sírio que trouxe para a gente uma maneira mais correta de se jogar, ele basicamente nos ensinou a jogar da mesma forma que outras cidades jogavam. Isso fez com que a gente pudesse sair de Ubatuba e jogar alguns torneios da Federação. Com isso fomos crescendo mais ainda. Em seguida, depois que foi criado a LitoVale e a Escolinha, o nosso nível técnico cresceu mais ainda. Sobre o futuro, sempre acho que podemos subir mais. Com certeza, se tivermos mais dedicação, poderemos crescer sempre. Nunca chegaremos ao “fim” ou 100%.

> O que acha de ser o maior botonista dos primeiros 15 anos da AUFM?
AR: Sinceramente, não consigo me achar o maior botonista de nossa cidade. Temos 2 jogadores que, sem dúvida nenhuma, estão a minha frente. Ralph Solera, que fui um dos fundadores da associação, venceu todos os torneios que temos e Edson Sírio, que trouxe a maneira correta de se jogar, além de vencer muitos torneios também.

> Por fim, o que você espera para o futuro da AUFM?
AR: Espero que consigamos sempre manter esse espírito de esportividade. Consigamos trazer de volta alguns amantes do futmesa e novos jogadores para o nosso esporte. De resto, estamos no caminho certo.

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