O “Sampa Show” de Ralph Solera

Quando o São Paulo foi rebaixado por Cláudio Oliveira Jr para a 3ª Divisão do Brasileirão AUFM em 1996, pelo sorteio, ele caiu com Ralph Solera (que já o havia imortalizado como a Máquina Tricolor). Naquele campeonato, porém, apesar do favoritismo, o São Paulo não foi promovido, caindo frente ao Paraná Clube de Sílvio Fonseca nas Semi-Finais.

Na temporada seguinte, no 12º Campeonato Brasileiro AUFM,  os céus resolveram criar um novo mito, o “Sampa Show”, e fizeram com que, no sorteio novamente, Ralph pegasse o São Paulo na 3ª Divisão. Naquele Brasileirão, o Sampa Show iniciou sua trajetória de 10 finais consecutivas e 2 títulos Brasileiros.

Naquela 3ª Divisão do Campeonato Brasileiro de 1997, o São Paulo chegou à final e venceu o “Aloprado Coritiba” de Cláudio Oliveira por 8×1 e 5×0, sendo o placar do primeiro jogo o mais alto em finais de qualquer campeonato temático da AUFM até 2024. E o saldo das duas partidas é o maior até os dias de hoje, em finais da AUFM, incluindo a modalidade bolinha. Os resultados elásticos e históricos renderam o apelido de “Sampa Show” ao Tricolor, apelido dado pelo jornal A Palheta de Sílvio Fonseca, na época, e o nome pegou e foi usado nos torneios e anos seguintes.

O São Paulo e o Coritiba foram promovidos e no 13º Brasileirão AUFM o Sampa Show foi até a final e perdeu o título da 2ª Divisão para o Bahia de Renato Campos, nos pênaltis. Era a 2ª final nacional consecutiva (ainda que em divisões inferiores). Junto com o São Paulo e o Bahia, o Coritiba também foi promovido para a Série A.

Na temporada seguinte, já na Divisão de elite, o Sampa Show atingia sua 3ª final nacional seguida. Ralph Solera deixou de comandar o Atlético Mineiro “Trem Bala Atleticano” e optou por jogar dali em diante com o São Paulo que ele havia trazido da 3ª Divisão. Na época, não havia limitação de temporadas comandando um clube, e foi justamente o Sampa Show que levou a AUFM, depois, a limitar em 3 temporadas o máximo que um botonista podia ficar com um clube sob seu comando.

Naquela 1ª Divisão, o campeonato foi o 14º Brasileirão (já em 1998), e o São Paulo perdeu o título na final para o Coritiba do mesmo Cláudio Oliveira (daquele duelo histórico na 3ª Divisão), seu grande rival na época. O Coxa, com o título, vingou-se das goleadas esmagadoras da final da terceirona, pois a importância da conquista na elite era muito maior.

Apesar da derrota, Padilha (trazido do Atlético) foi o artilheiro da competição pela segunda vez seguida (feito até então inédito) e terceira no total (récorde mantido até hoje) e eleito o melhor botão do torneio e o Tricolor foi o melhor ataque da competição.

Ainda em 1998, o “São Paulo que dava show” faturou duas edições da Copa Pelé, batendo nas finais dois times de Giovanni Farina. Na 9ª Copa Pelé bateu o Botafogo na final (3×2). Na 10ª Copa Pelé venceu o Goiás na final (2×1).

No ano seguinte, 1999, o Sampa Show emplacou dois títulos Campeonatos Brasileiros consecutivos, dando realmente show e honrando o apelido recebido do jornal A Palheta. Entre as duas taças de Brasileiro, o Tricolor venceu a 1ª edição da Copa do Brasil AUFM, em um duelo antológico com o Fluminense de Bittencourt Jr. Os dois Tricoloes caíram no mesmo grupo da 1ª Fase, quando o Flu venceu o jogo e acabou com uma invencibilidade anômala do São Paulo. Nas finais, a revanche rendeu o título ao Sampa Show (3×2 e 4×4).

Quanto aos títulos brasileiros daquele ano, o primeiro foi no 15º Campeonato Brasileiro, em cima do Atlético Mineiro de Giovanni Farina (na famosa “final dos tricampeões”). Era a 4ª final de Brasileiro seguida. Paulo Sóler foi o artilheiro, melhor botão e revelação do torneio e o Tricolor foi novamente o melhor ataque.

O segundo foi no 16º Campeonato Brasileiro, quando o título foi em cima do rivalíssimo Coritiba de Cláudio Oliveira Jr. (sim, de novo o “Aloprado Coritiba”). A conquista veio embasada por récordes: primeiro time a ser campeão vencendo todos os jogos do torneio (100% de aproveitamento), com melhor ataque e melhor defesa e Renato Neto (contratado junto ao rival Coritiba na edição anterior) sendo artilheiro e melhor jogador do torneio.

Foi em 2000 a 6ª final de Brasileiros de qualquer divisão consecutiva (e 9ª no total, englobando todos os torneios), perdida para o Vitória de Valdinei Campos, no 17º Campeonato Brasileiro. Até o primeiro jogo da final, o Tricolor estava invicto, com 100% de aproveitamento e era o favorito. Nas finais, no entanto, o Vitória jogou muito e faturou o título vencendo as duas partidas. Como consolo, Renato Neto foi o artilheiro novamente e o récorde de 6 finais de Brasileiros de qualquer divisão seguidas foi estabelecido.

Encerrando a saga, em 2001, o Sampa Show venceu nos pênaltis a Copa do Brasil batendo o Vitória de Valdinei Campos na final. Foi a última taça vencida pelo São Paulo dessa época, que na ocasião chegou então ao seu sétimo título como “Sampa Show”, e estabeleceu uma nunca mais igualada sequência de 10 torneios jogados e 10 finais alcançadas. Foi o último ato do “São Paulo que dava show”, na revanche com Valdinei Campos.

Então, além das 6 finais seguidas de Brasileirão (incluindo as 3 Divisões), aquele SampaShow chegou a outras 4 finais (2 Copa Pelé e 2 Copa do Brasil), totalizando 10 decisões em 10 torneios disputados, com 7 títulos e 3 vice-campeonatos, o que explica o apelido dado pelo jornal A Palheta na época. Foi sem dúvida o melhor time do Século XX na AUFM, ficando abaixo apenas do “Super Paulo” de 2011/2013.

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