A imagem que ilustra o cabeçalho da matéria é do famoso e revolucionário “Carrossel Holandês”, e serve apenas de ponte para falarmos do nosso carrossel celeste, mineirin di tudo…
Quando a AUFM começou a promover seus campeonatos, as mesas locais tinham um dono: o São Paulo de Ralph Solera (a “Máquina Tricolor“), que venceu os 3 primeiros Campeonatos Brasileiros AUFM disputados.
Para quebrar o domínio solerense, Sílvio Fonseca largou mão do seu Palmeiras que só lhe dava dissabores e montou um timaço, que começou tirando Ralph da decisão do 5º Brasileirão AUFM (1995) onde enfrentou o Novorizontino de Luciano Caliani, na primeira vez que Solera não alcançou a final.
Nas finais, um empate equilibrado em 1×1 e uma vitória antológica pelo placar de apenas 1×0 deram o tão sonhado título ao Cruzeiro de Sílvio.
Para mostrar o domínio celeste no campeonato, Gotardo, atacante da Rapoza, foi o artilheiro e depois eleito a revelação e o melhor botão do torneio, e o Cruzeiro teve a maior invencibilidade do certame.
Após o título, a confiança cresceu e o Cruzeiro, já apelidado de “Carrossel” pela imprensa botonística da época (jornais Os Botões e Botão Caiçara) seguiu destroçando adversários nos torneios secundários e no Campeonato Brasileiro AUFM seguinte (6ª edição), exibindo um técnico toque de bola, sempre conciso e praticamente sem erros, mas acabou tropeçando na final diante do Grêmio de Ralph (1×3 e 3×2).
Importante mencionar que no último lance do segundo jogo daquelas finais, Gotardo chutou uma bola que o guarda-metas do Grêmio, Ploc, espalmou para cima e ela caiu de volta, ficando em cima do goleiro, a milímetros da linha de gol.
Para corrigir o engano e a injustiça do destino, lá estava o Carrossel Mineiro em sua terceira final nacional consecutiva no 7º Brasileirão AUFM (1996), quando enfrentou na finalíssima o Flamengo de Luciano Caliani e, após uma derrota por 2×1 e uma vitória por 2×0, comemorou o segundo título em três finais disputadas. A Rapoza foi dona da melhor defesa, da maior invencibilidade e do maior número de vitórias seguidas do torneio, e o meia Ofídio foi considerado a revelação do campeonato (mais tarde marcaria, pelo Flamengo, o milésimo gol dos Campeonatos Brasileiros AUFM).
No Brasileirão AUFM seguinte o Cruzeiro caiu ainda na 1ª Fase, já em declínio, e o Carrossel Mineiro chegou ao fim, deixando para sempre a imagem do futebol técnico, de toque de bola, que exibiu por três campeonatos nacionais com maestria, e que ficou marcado na memória da antiga “Soccer Cup de Botão”, o primeiro nome do nosso Campeonato Brasileiro.