Sobre o Campeonato Brasileiro

O Campeonato Brasileiro foi o primeiro torneio realizado pela AUFM, ainda antes dela ser oficialmente fundada. Começou a ser jogado em 1994, na varanda da casa de Luciano Caliani, com um “Estrelão” e botões vidrilhas, com uma pastilha como bola.

Com o nome provisório de “Soccer Cup”, o torneio teve sua primeira partida em 1994, entre o Corinthians de Marcelo Costa e o Palmeiras de Luciano Caliani. O jogo, válido pela primeira rodada do primeiro turno da 1ª Fase daquela competição, terminou empatado (3×3) e na época nem os dois botonistas e nem os outros dois integrantes daquele grupo diminuto fazia ideia que uma semente estava sendo plantada e que três décadas depois ela ainda geraria frutos!

Com o andamento da competição, ela se encaminhou para uma final disputada entre o São Paulo de Ralph Solera – que terminaria campeão – e aquele mesmo Corinthians que havia feito o jogo inaugural. O Palmeiras terminou em terceiro e o Santos de Cláudio Oliveira Júnior ficou em quarto. Aquele São Paulo faturaria ainda os próximos dois Brasileirões, tornando-se o primeiro grande time da AUFM, e ficaria conhecido como “A Máquina Tricolor“.

Com o passar dos meses aquela diversão despretenciosa viu a saída de Marcelo, e a chegada de Sílvio Fonseca, que passaria a cobrar os demais amigos para oficializar a criação de uma associação  (para inclusive angariar mais adeptos e crescer como entidade). Assim, no ano seguinte, seria fundada a AUFM (conheça melhor a história da associação aqui).

Nos primeiros anos, o Campeonato Brasileiro era a principal competição organizada pela associação. Além do Brasileirão, a AUFM realizava outros torneios nacionais, como a Copa União (que começou como Copa Charles Müller, depois virou Taça da República, e só depois passou a se chamar Copa União…), os campeonatos estaduais e regionais, etc.

Como se vê, naquele tempo, não se disputavam torneios com times internacionais, pois havia muita dificuldade em se comprar os times, de modo que apenas em 2012 a associação passaria a ter um calendário com competições de todo o planeta.

Veja abaixo a história completa do Campeonato Brasileiro da AUFM:

 

1ª Era: O “amadorismo” das competições com poucos times (1994 a 1995)

As três primeiras edições do Brasileirão tiveram apenas 4 equipes participando, uma por botonista da época.

Com poucos times, era necessário ter mais confrontos. Assim, os torneios tinham uma 1ª Fase com dois turnos no sistema todos-contra-todos em ida e volta, e os vencedores dos turnos se classificavam para a final. Se um mesmo time vencesse os dois turnos, jogava a final com vantagem de empate contra o time com a segunda melhor campanha. O São Paulo “Máquina Tricolor” de Ralph Solera venceu as três edições dessa época.

 

O Interlúdio: A experiência que se mostrou interessante (1995)

A quarta edição daquela competição que vinha sendo apreciada pelos botonistas pioneiros, passou por uma mudança: cada atleta passou a comandar dois times, um em cada grupo da competição, para que o torneio fosse mais representativo e mais clubes pudessem desfilar naquela única mesa da “associação” que dava seus primeiros passos. Aprovada por todos, a fórmula seria adotada “em definitivo” a partida da edição seguinte, com o adendo de uma segunda divisão. Nessa edição “singular”, o Internacional de Ralph Solera bateu o Vasco de Cláudio Oliveira Júnior na decisão.

 

2ª Era: O início do “crescimento” com muitos clubes participantes (1995 a 1997)

Com um calendário formatado com temporadas semestrais, cada metade do ano teria um Brasileirão e duas outras competições “menores”, o Brasileirão tinha agora duas divisões e 16 clubes participantes. Na elite, os times eram divididos em dois grupos e cada botonista comandava um clube em cada. Os melhores times de cada grupo decidiriam o título em ida e volta na final.

Nas edições 5, 6 e 7 do certame, o grande time era o Cruzeiro “Carrossel Mineiro” de Sílvio Fonseca, que chegou nas três finais, faturando dois títulos. Aquele time ficou marcado pelo toque de bola envolvente, que marcou época.

O outro grande time do período foi o Corinthians “Muralha Corintiana” de Luciano Caliani, vencedor das edições 9 e 10 do Brasileirão. O time era “encardido” demais de se enfrentar, pois jogava de forma impressionantemente eficiente na defesa. Resultado: um bicampeonato invicto!

 

3ª Era: O “profissionalismo” chegou com o enorme aumento de associados (1997 a 2000)

Com cerca de 18 botonistas no quadro de membros, e três mesas semi-oficiais, a AUFM alterou novamente a fórmula de disputa, deixando-a mais adequada à realidade da época, com cada botonista novamente comandando apenas um time, e subindo (ou caindo) com ele de Divisão.

A elite passou a ter o formato fixo com 10 times enfrentando-se no sistema todos-contra-todos, com os quatro melhores classificando-se para o Play-Off decisivo, disputado em jogos de ida e volta. A segundona e a recém criada terceirona tinham o formato alterado a cada nova edição, para comportar os botonistas que entravam e saíam do quadro.

As competições viviam seu auge técnico e ainda contavam com a “Era de Ouro da Imprensa Botonística” da AUFM, conforme você pode conferir clicando aqui.

O primeiro grande time dessa fase foi o Atlético Mineiro “Trem-Bala Atleticano” de Ralph Solera que faturou três edições seguidas da competição (11ª, 12ª e 13ª), estabelecendo a marca de 25 vitórias consecutivas que durou muitos anos. As maiores rivalidades daquele Galo eram contra os times de Giovanni Farina (e seu botão Farininha) e Fábio Pereira da Silva (e seu botão Érik Larsen).

O segundo grande time dessa fase foi o São Paulo “SampaShow” de Ralph Solera. O Tricolor estava na 3ª Divisão quando foi assumido por Solera, conseguiu dois acessos seguidos, disputou 10 torneios entre o início de 1998 e o fim de 1999, chegando nas finais em todos e faturando 7 títulos, sendo 2 deles do Brasileirão (edições 15 – a melhor final de Brasileiro daquela época – e 16 em 1999), e recebendo esse apelido do jornal A Palheta, sendo considerado o melhor time da “Fase 1.0” de torneios temáticos da AUFM (entre 1994 e 2001).

Nas edições seguintes do Brasileirão AUFM, destacamos os campeões Coritiba de Cláudio Oliveira Júnior, o Vitória de Valdinei Campos e principalmente o Bahia de Bittencourt Júnior, que faturou a edição 18 da competição e tinha potencial para ser um dos “Esquadrões Imortais” da AUFM, porém infelizmente ele acabou não tendo a chance de confirmar esse potencial, já que aquela foi a “última” edição do Campeonato Brasileiro da associação.

 

O Longo Hiato (2001 a 2010) e O Resgate (2011)

Após a edição 18, no fim do ano 2000, o Brasileirão ficaria uma década inteira sem ser disputado, pois a AUFM se “profissionalizou”, adotando a bolinha de feltro e a regra 12 toques (e mesas oficiais), e filiou-se à Federação Paulista, passando a promover treinos e competições apenas nessa modalidade “profissional”.

Em 2011, como parte de um projeto para trazer de volta botonistas das antigas (já que agora o quadro era então quase que exclusivamente formado por jogadores vindos da Escolinha de Futmesa e jogadores federados), a AUFM trouxe de volta a modalidade temática, voltando a realizar o Brasileirão como uma “experiência” para ver se conseguia resgatar antigos associados e também para ver se aquela modalidade “vingaria” em uma época profissional.

Assim, a edição 19, em 2011, foi realizada no mesmo formato das edições da 3ª Era (com o título do São Paulo de Ralph Solera contra o favoritíssimo Fluminense de Bittencourt Júnior na final), e foi considerada um sucesso tão grande, que a AUFM resolveu trazer de volta o calendário temático completo – e ampliado! – no ano seguinte, agora com torneios internacionais e mundiais, e uma temporada anual, como no futebol de verdade.

E assim chegamos na época contemporânea da AUFM, com a “Fase 2.0” de sua modalidade temática.

 

4ª Era: Chegamos à “modernidade” das temporadas emulando o futebol (2011 até os dias atuais)

A partir de 2012, com a edição 20 da competição, o formato passou a ser o de pontos corridos nas duas principais divisões, com cada botonista comandando dois times ao longo do certame. O campeão passou a ganhar vaga para a Libertadores do ano seguinte, enquanto que o vice-campeão, o terceiro e o quarto colocado passaram a ganhar vaga na Copa Sul-Americana do ano seguinte (junto com o campeão da Copa do Brasil). E o grande objetivo do futebol de verdade passou a existir também na AUFM: buscar o título mundial!

Logo na edição inaugural dos pontos corridos em 2012, o São Paulo faturou o título (e o bí, já que era o atual campeão), e graças também às suas outras conquistas de então – como Copa do Brasil, Libertadores e Mundial, e em uma época em que vigorava a Regra dos Goleiros Alternativos – aquele se tornou o primeiro grande time dessa Era, o “Super Paulo“, único time até hoje a deter ao mesmo tempo o título de campeão de todos os torneios possíveis que disputou da AUFM.

Em sequência, nos anos seguintes, Fabinho Mendes brilhou e foi o grande destaque. Primeiro, com o Vitória “Esquadrão do Barradão” que destronou o Super Paulo em 2013, com uma campanha sensacional. Depois, em 2015, Fabinho levou o Vasco “Expresso Cruzmaltino” ao título, quando dominava as mesas da AUFM na época. Aquele Vasco, inclusive, é até hoje o único time a conquistar por dois anos consecutivos a Copa do Brasil (2014 e 2015).

Entre os dois títulos de Fabinho, o Fluminense de Léo Castro foi o campeão Brasileiro em 2014 com a até então melhor campanha dos pontos corridos.

O Atlético Mineiro de Daniel Valle faturou o título em 2018, quando a AUFM trocou a pastilha pelo dadinho e ele foi o melhor botonista temático do ano.

O Botafogo de Fabrício Machado foi o campeão em 2019 em um embate dramático contra o Galo de Daniel, que defendia o título.

E o Cruzeiro de Alexandre Augusto sagrou-se vencedor em 2023, no primeiro torneio pós-Pandemia, em um dos mais equilibrados certames de todos os tempos.

Mas o grande clube do período foi mesmo Santos! Comandado por Ralph Solera e Fabrício Machado, o Peixe conquistou três títulos (2016, 2017 e 2024) e um vice (2019) nessa fase, sendo portanto o maior campeão dos pontos corridos. Em 2017, comandado por Solera, tornou-se o primeiro time a conquistar a Tríplice Coroa Nacional, vencendo no mesmo ano o Brasileirão, a Copa do Brasil e a Copa União em 2017. A última conquista foi em 2024 (edição 29), quando o Santos comandado por Fabrício superou o favorito Fluminense de Gabriel Ballio e também o Cruzeiro de Douglas Felipe na corrida pelo título (no fim a taça veio por ter melhor saldo de gols que a Raposa).

Nos pontos corridos, em 10 edições, portanto, são 6 botonistas diferentes campeões, mais que todo o número das eras anteriores, o que demonstra o acerto da fórmula e o equilíbrio atual da modalidade temática na AUFM.

Veja aqui os compilados com os resumos das conquistas dos clubes brasileiros na AUFM.