O Vasco da Gama foi relativamente bem em sua temporada de 2013 na AUFM, quando foi vice-campeão carioca sob a palheta de Alexandre Augusto e campeão da Copa Pelé e vice da Sul-Americana comandado por Gabriel Ballio. O clube nunca tinha obtido um título de primeira grandeza na AUFM, tendo um vice-campeonato brasileiro em 1995 como melhor resultado nacional. Mas essa história de coadjuvante estava prestes a mudar quando, no início de 2014, Fabinho Mendes assumiu o Gigante da Colina.
Focando em objetivos grandes na temporada, o Cruzmaltino iniciou o ano mandando o time ‘B’ para a Copa União (onde foi comandado por Gabriel Coutinho) para brigar com força no Campeonato Carioca com a equipe principal.
Lembrando que na AUFM os estaduais ainda tem grande importância, tal qual no futebol até os anos 90.
Na Taça Guanabara, terminou em segundo a 1ª Fase, mas na final superou a desvantagem do empate do Fluminense de Alexandre Augusto e faturou o título (3×2). Na Copa Rio, dominou do início ao fim e saiu campeão ao bater o Botafogo de Fabrício Machado na final em uma partida sensacional (6×4).
Com a conquista dos dois turnos, o Vasco foi consagrado campeão carioca da temporada sem a necessidade da disputa da finalíssima estadual.
Veio então a disputa da Copa do Brasil, na época de seu maior formato (quando tinha 32 clubes participantes), e o Gigante da Colina era o favorito maior à conquista. A caminhada começou contra o Paysandu de Patrick Fonseca (3×1 e 4×1). Nas Oitavas, o Cruzmaltino bateu o América RN de Dudú Castilho (2×0 e 1×0). Nas Quartas, o forte São Paulo de Gabriel Ballio foi massacrado de forma surpreendente (8×3 e 2×2). Na semi, duas vitórias contra o Goiás de Sílvio Fonseca (3×2 e 5×4).
Nas finais, contra o Criciúma de Cristian Moura, o Vasco de Fabinho Mendes mostrou sua força, confirmou o favoritismo e saiu campeão vencendo as duas partidas por goleada (4×1 e 4×1).
Com dois títulos no ano, sendo um deles sua primeira conquista nacional, o Vasco chegou no Brasileirão 2014 credenciado a lutar pelo título. A campanha, no entanto, ficou abaixo do esperado, com o Gigante da Colina terminando em 5º e vendo o Fluminense de Léo Castro ficar com o título.
De consolação, Cometo, atacante vascaíno, foi o artilheiro do certame com 28 gols, a maior contagem da história da competição, superando os 26 gols de Kaí (melhor botão do mundo em 2012 e 2013) marcados na temporada anterior.
Aquela edição do Brasileirão, inclusive, foi muito movimentada na briga pela artilharia. Cometo brigou com o argentino Semcôcco do Internacional o campeonato todo, levando a melhor por 1 gol a mais. Semcôcco ainda estabeleceu o récorde de gols de um botão em uma partida na AUFM: 9 gols no jogo contra o Vitória de Sílvio Fonseca na quinta rodada.
2015 chegou, e com ele, mais títulos e um lugar na História para essa equipe do Vasco de Fabinho Mendes.
Abrindo a temporada, o Gigante da Colina faturou o bicampeonato carioca, e da mesma maneira que no ano anterior: vencendo os dois turnos.
Na Taça Guanabara, terminou em segundo na classificação geral da 1ª Fase, mas na final de novo superou a desvantagem do empate e goleou o Bangu de Alexandre Augusto (5×2). Na Copa Rio, passou em primeiro na 1ª Fase e não tomou gols no mata-mata, vencendo na final o América de Ralph Solera (2×0). Romárioshow, botão nº 11 do time, foi o vice-artilheiro do campeonato.
Veio então a Copa do Brasil de 2015, e o cruzmaltino defendeu o título com sucesso, sendo a primeira vez na AUFM que um clube conseguiu vencer a competição por dois anos seguidos.
Na 1ª Fase, o Vasco passou pelo Remo de Fábio Franklin (0x0 e 3×0). Nas Oitavas, venceu o Palmeiras de Rodrigo Santos (2×1 e 3×2). Nas Quartas, dois grandes duelos contra o forte Santos de Fabrício Machado, com o Vasco passando em dois jogaços (5×4 e 5×3). Na semi, foi a hora de enfrentar outro favorito, o Fluminense de Léo Castro (então atual campeão brasileiro), e a vaga veio no sufoco (4×2 e 1×2), mesmo com derrota na volta.
Na grande final, o Vasco enfrentou o Internacional de Ralph Solera (o outro grande time da época, que ficaria conhecido como O Inter da Chegada). As duas partidas foram muito equilibradas, com o Vasco vencendo a primeira e, na segunda, empatando o jogo no seu último lance, impedindo que a decisão fosse para os pênaltis (2×1 e 2×2). Aidsn’África, camisa 10 do Vasco, foi o artilheiro da competição com 11 gols.
Com a conquista, o Infortrex da época apelidou aquela equipe de Expresso Cruzmaltino, por ter emendado títulos seguidos naquelas duas temporadas, e ter conseguido ser o primeiro time bicampeão da Copa do Brasil.
Mas ainda tinha mais por vir…
No segundo semestre de 2015, o Vasco acabou eliminado precocemente da Copa Sul-Americana, perdendo para a LDU de Douglas Felipe (1×2 e 0x1) logo na 1ª Fase, mas o único fracasso do ano acabou sendo benéfico, pois o Gigante da Colina pôde se dedicar exclusivamente ao Campeonato Brasileiro.
No Brasileirão, o duelo pelo título foi rodada a rodada com o mesmo Internacional de Ralph Solera daquelas finais de Copa do Brasil. A “decisão” do título no entanto não se deu no confronto direto, vencido pelo Vasco no meio do certame, mas sim em duas outras ocasiões, já no final: na antepenúltima rodada, o Cruzeiro de Ralph Solera teve a chance de tirar pontos do Vasco, porém um chute celeste na trave e um gol no contra-ataque vascaíno decretaram a vitória carioca e a liderança dividida com o Colorado. Na penúltima rodada, ocorreu o inverso: o Coritiba, também de Fabinho Mendes, foi quem tirou pontos do Internacional, então líder, de modo que o Vasco, mesmo empatando com o Fluminense de Léo Castro na mesma rodada, assumiu a liderança isolada. Depois, na última rodada, os dois venceram suas partidas, mas o Expresso Cruzmaltino manteve-se 1 ponto à frente e sagrou-se campeão brasileiro! O terceiro título nacional em duas temporadas.
Na briga pela artilharia do campeonato, Dagolberto do Vasco ficou em segundo, apenas um gol atrás de Milnar do Internacional.
Com a conquista, o Vasco unificava os títulos do Carioca, da Copa do Brasil e do Brasileiro no mesmo ano, faturando a Tríplice Coroa Simples (apenas outras duas equipes conseguiram esse feito: o Atlético Mineiro “Trem-Bala Atleticano” em 1998 e o São Paulo “SampaShow” em 1999).
Em 2016 o Vasco da Gama mudou de presidente, e outros botonistas palhetaram o Gigante da Colina ao longo da temporada. Assim, encerrou-se a saga do Expresso Cruzmaltino, que não conseguiu conquistar novamente os títulos que havia vencido nos dois últimos anos e que fizeram aquela equipe entrar para a História da AUFM.