Hoje vamos falar do sócio fundador da AUFM Luciano Caliani, o primeiro campeão invicto da entidade, conhecido como o maior “defensor” que a AUFM já viu, mas também um jogador técnico e sempre de sangue frio.
No 9º Campeonato Brasileiro AUFM, em 1996, Luciano pegou no sorteio o Corinthians e o retrospecto dos dois (dele e do Timão) não eram lá muito bons: Luciano tinha alcançado uma final na associação em 4 oportunidades e perdido em três delas.
Seu único título era o Paulistão daquele mesmo ano de 1996, na qual havia comandado o Palmeiras e batido – ironia do destino – o Corinthians, de Cláudio Oliveira Jr., na final (0x0 e 1×0).
Antes do título, no 3º Campeonato Brasileiro AUFM, com o Palmeiras, perdeu a final para o São Paulo “Máquina Tricolor” de Ralph Solera.
No 5º Campeonato Brasileiro AUFM, perdeu novamente na final, com o Novorizontino, para o “Carrossel Mineiro” de Sílvio Fonseca.
Depois, no 7º Campeonato Brasileiro, Luciano, que comandava o Flamengo, perdeu a final para Sílvio Fonseca, novamente com o seu Cruzeiro “Carrossel Mineiro”.
Por fim, no 8º Campeonato Brasileiro, Luciano, com o Goiás, fez boa campanha, mas perdeu para o Flamengo de Ralph (e do botão técnico Swrain) na final.
Foram, até então, 4 finais e 4 vice-campeonatos de Luciano. E, para seu azar, três dessas finais haviam sido contra equipes históricas da AUFM, a “Máquina Tricolor” e o “Carrossel Mineiro”. Mas o futuro era promissor!
Quanto ao Corinthians, o clube tinha no retrospecto apenas uma final, a do 1º Campeonato Brasileiro AUFM em 1994, quando perdeu em apenas um jogo o título para o São Paulo “Máquina Tricolor” de Ralph Solera. Quem dirigia o Timão na época era o saudoso Marcelo Costa, protagonista do primeiro jogo oficial de futebol de mesa de Ubatuba: Corinthians (Marcelo) 3×3 Palmeiras (Caliani) – partida válida pela 1ª Rodada da 1ª Fase do 1º Brasileirão da AUFM.
No 9º Campeonato Brasileiro, de 1996, portanto, Luciano pegou o Corinthians e começou a mudar essa história, dele e do clube, até porque pouco antes tinha batido o próprio Timão na final do Paulista.
Com um estilo fechado e marcador, Luciano foi empatando e ganhando de pouco, protagonizando os primeiros 0x0 da história da AUFM, até chegar na final, quando enfrentaria o Flamengo de Ralph, então atual campeão. Nos dois jogos da Final, o resultado foi o mesmo: empate em 1×1. Nos pênaltis, vitória do Corinthians por 3×2 e a consagração do goleiro Pentágono, chamado na época de “Muralha Humana”, apelido que acabou estendido ao time depois, que ficou conhecido como a “Muralha Corinthiana”.
Campanha: 8 jogos, 5 empates (dois por 0x0) e 3 vitórias! Primeiro campeão invicto do Brasileirão, dono da melhor defesa (claro) e com Pentágono escolhido o melhor da competição. Acusado pela imprensa botonística da época de “retranqueiro”, Luciano defendeu-se dizendo que “mais valia a taça na mão que um récorde de artilharia“.
A verdade é que ele não era nada retranqueiro, mas conseguia envolver o adversário e manter um esquema bem eficiente de marcação. Pentágono estava em fase inspiradíssima e o goleiro simplesmente pegava tudo!
Na temporada seguinte, no 10º Campeonato Brasileiro, Luciano manteve seu estilo, Pentágono continuou segurando tudo lá atrás e o Corinthians foi empatando e ganhando de pouco, terminando bicampeão invicto. Campanha: 8 jogos, 4 empates e 4 vitórias. Nas Finais, vitória por 2×1 em cima do Fluminense de Ralph e empate em 0x0 na volta.
Para aumentar ainda mais a fama de Pentágono, durante a primeira partida das finais, ele defendeu um pênalti cobrado pelo Príncipe Swróing (filho do Rei Swrain), que, se convertido, seria o milésimo gol dos Brasileirões. Pentágono entrou ali para o panteão da Seleção dos Botões da História da AUFM e dificilmente um dia perderá a titularidade!
Após o 10º Campeonato Brasileiro, por motivos profissionais, Luciano mudou-se de Ubatuba, e não disputou mais competições da AUFM, mas ficou na memória de todos o seu time “Muralha Corinthiana”, com certeza o mais “encardido” de se bater, que a “Fase 1” dos torneios temáticos teve (1995 a 2000).
Infelizmente, com uma associação ainda incipiente na época, e inconsistência de calendário, aquele Corinthians acabou não disputando as Copas Pelé ou Copas União, nem o Torneio Início, senão fatalmente teria faturado mais títulos enquanto Luciano não saiu de Ubatuba.
Mas, de estilo técnico e tático, muito toque de bola e uma defesa impenetrável, comandada pelo maior goleiro da História da AUFM, a equipe imortalizou-se, sendo sempre lembrada como exemplo de defesa forte e segura e meio campo dominante.